O MEIO

É madrugada. Fui ver o céu. Vi uma lua surgindo por entre árvores e telhados. Uma lua pela metade. Pensei: Vejo em mim muitas metades também. Coisas pelo meio, que fui retendo pelo caminho. Algum adeus, alguns desejos, alguns sonhos, sentimentos... Me senti "meio" desconcertada, confesso. Lembrei de uma frase que ouvi. Alguém me disse que nunca é uma palavra que não tem em seu sentido, a certeza do ponto final. E enquanto olhava para metade da lua e para as minhas metades, achei muito certa essas palavras. Vai ver é assim mesmo. Vai ver temos por algum motivo, que ter algumas coisas pela metade. Um não sei o que não termina. Algo que tem início, meio... Mas que de forma alguma chega a ter fim.

4 comentários:

Vera Menezes disse...

É... até mesmo a morte, se sorte tivermos, irá nos roubar o ar no meio de tantos planos, tantos sonhos, tantas providências... Somos, definitivamente, parte do que precisamos, do que gostaríamos, do que somos... Talvez sobrem alguns pedaços de nós que outros recolherão para suas próprias construções... Talvez...

Claudia Bernardo disse...

E a palavra "talvez" tb me sugere como a palavra "nunca", algo de meio...Algo de pedaço, de metade.

Claudia Bernardo disse...

Lá se vai um pedaço de nós para o outro. Vc tem razão Vera, pedaços se recolhem.

Vera Menezes disse...

É... viver são renovadas reticências...

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