O MEIO
É madrugada. Fui ver o céu. Vi uma
lua surgindo por entre árvores e telhados. Uma lua pela metade. Pensei: Vejo em
mim muitas metades também. Coisas pelo meio, que fui retendo pelo caminho.
Algum adeus, alguns desejos, alguns sonhos, sentimentos... Me senti
"meio" desconcertada, confesso. Lembrei de uma frase que ouvi. Alguém
me disse que nunca é uma palavra que não tem em seu sentido, a certeza do ponto
final. E enquanto olhava para metade da lua e para as minhas metades, achei
muito certa essas palavras. Vai ver é assim mesmo. Vai ver temos por algum
motivo, que ter algumas coisas pela metade. Um não sei o que não termina. Algo
que tem início, meio... Mas que de forma alguma chega a ter fim.
domingo, junho 02, 2013
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Tania Salgueiro 2017- Todos os Direitos Reservados
4 comentários:
É... até mesmo a morte, se sorte tivermos, irá nos roubar o ar no meio de tantos planos, tantos sonhos, tantas providências... Somos, definitivamente, parte do que precisamos, do que gostaríamos, do que somos... Talvez sobrem alguns pedaços de nós que outros recolherão para suas próprias construções... Talvez...
E a palavra "talvez" tb me sugere como a palavra "nunca", algo de meio...Algo de pedaço, de metade.
Lá se vai um pedaço de nós para o outro. Vc tem razão Vera, pedaços se recolhem.
É... viver são renovadas reticências...
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