O PAPEL

Eu anotei em um papel, tarde da noite. Não sei onde deixei.
Tinha alguma coisa escrita bem no meio da folha. Não sei bem o que. Talvez um número de telefone tardio, fácil de esquecer.
Uma ideia para iniciar um projeto, um desenho. Não desenho não... Sou péssima nisso.
Uma pergunta. Sim! Uma pergunta! Dessas que a gente anota por nunca encontrar resposta.
O início de alguma rima? Não sei.
Não sei onde deixei cair a tal viagem que tanto planejo ou endereço novo de alguém.
Sinceramente, não me recordo mesmo onde pus o tal papel.

Sabe o que seria bom? Poder escrever meu futuro num papel almaço, com lindo cabeçalho e margens bem definidas... Com uns daqueles decalques de flores que a gente colocava na água, esperava molhar bem, até quase dobrar, para depois, com cuidado, colar... Ora, isso soa engraçado! Dar ao meu futuro, ares de passado.

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