FUGA

Queria não encontrar com a tristeza. Esse encontro é sempre um grande incomodo pra mim. Queria mesmo atravessar a rua toda vez que a avistasse. Mas, ela, a tristeza, mal me vê, vem correndo ao meu encalço como uma desvairada. Eu bem que tento me livrar do seu encalço. Dobro uma esquina qualquer, já com o passo acelerado, entro num bar, acreditando aliviada que ela me perdeu de vista... Bobagem! Quando menos espero, ela aparece ofegante, olhos brilhando... Puxa  a cadeira ao lado da minha e antes de sentar me abraça apertado enquanto diz vitoriosa: - "finalmente te alcancei!"

3 comentários:

Vera Menezes disse...

Maravilha essa sua intimidade com a tristeza. Esse reconhecimento de que ela existe, mesmo que lhe incomode ao ponto de fazer com que você corra dela, mas nunca a perdendo de vista, é, talvez, a melhor maneira de lidar com ela. Para quem admite a existência da tristeza, eu creio que a vida doe menos. Conheço tantos que negam a tristeza com a intensidade de negarem a si mesmos. E nesta fuga a qualquer preço, a qualquer recurso, não se dão conta que nos muitos artifícios de negarem a tristeza, só conseguem dar uma dimensão maior à tristeza trazendo a dor de viver para junto. Sempre será mais sábio lidar com os incômodos sem transformá-los em agudos sofrimentos.
Como sempre pequenos textos que nos levam a refletir.

Unknown disse...

Nossa !!! Tão euuuu !!!

Unknown disse...

Nossa ... Tão euuuu !!!

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