Amor de Mar

 

Rebento sobre as pedras. Desfaleço e volto a rebentar de dor e sofrimento.

Pura desesperança de um mar só e profundamente triste, a vê-la inalcançável. Sempre, sempre... Desfaleço.

Ah, esse coração que não tenho e que apesar disso, sinto em mim, a seguir amando ondulante, forte, viril, nesse meu infindável ir e vir por toda a terra que ocupo, por todo desejo que sinto ao vê-la, sempre, sempre... Desfaleço.

Até que tudo se transforma, quando ela vem em minha direção, num dia quente, feliz, com as delicadas mãos salpicadas de areia e o vento a lhe arrepiar pele e pelos enquanto brinca em seus cabelos. Puro encanto da cabeça aos pés! Quantas correntezas de mim emergem por conta desse amor desenfreado e louco!

Mas, ao tocá-la, me acalmo. Me visto dos tons mais belos de azuis e verdes e fico, ali, espelho refletindo o céu, a receber seu mergulhar. E em puro êxtase, envolvo seu corpo flutuante, agora meu. Totalmente meu.

Ficamos ali, unidos, corpo e água, até ela cansar, até que arfante ela retorna para areia, me olhando sorrindo, quando em onda ressurjo para lhe beijar os pés, até onde alcanço o que agora inalcançável está. 

1 comentários:

Tania Salgueiro disse...

Maravilha! Que essas publicações cheguem sempre em boa hora!

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