Amor de Mar
Rebento sobre as pedras. Desfaleço e volto a rebentar de dor
e sofrimento.
Pura desesperança de um mar só e profundamente triste, a
vê-la inalcançável. Sempre, sempre... Desfaleço.
Ah, esse coração que não tenho e que apesar disso, sinto em
mim, a seguir amando ondulante, forte, viril, nesse meu infindável ir e vir por
toda a terra que ocupo, por todo desejo que sinto ao vê-la, sempre, sempre...
Desfaleço.
Até que tudo se transforma, quando ela vem em minha direção,
num dia quente, feliz, com as delicadas mãos salpicadas de areia e o vento a
lhe arrepiar pele e pelos enquanto brinca em seus cabelos. Puro encanto da
cabeça aos pés! Quantas correntezas de mim emergem por conta desse amor
desenfreado e louco!
Mas, ao tocá-la, me acalmo. Me visto dos tons mais belos de
azuis e verdes e fico, ali, espelho refletindo o céu, a receber seu mergulhar.
E em puro êxtase, envolvo seu corpo flutuante, agora meu. Totalmente meu.
Ficamos ali, unidos, corpo e água, até ela cansar, até que
arfante ela retorna para areia, me olhando sorrindo, quando em onda ressurjo
para lhe beijar os pés, até onde alcanço o que agora inalcançável está.
sexta-feira, setembro 03, 2021
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1 comentários:
Maravilha! Que essas publicações cheguem sempre em boa hora!
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