QUIETUDE

Sempre chega uma hora em que tudo se aquieta. Todos os sons e motivos emudecem. Todas as dores sopradas, feridas fechadas. Às vezes a espera é longa. O sofrer é denso, febril, profundo. E a cura, algo distante, inalcançável. E vem o cansaço. Aquele torpor no corpo que está a muito tempo parado. De sentimento já há tempos equivocado. Então, caminhos viram outros, atalhos se descobre, as dores são deixadas, feridas cicatrizadas... O choque já passou. Às vezes demora. Demora bastante. Mas sempre chega o momento em que muita coisa morre. Muito se esquece. E nesse morrer, nesse esquecer, tudo é alívio e paz. Todas as dores agora sopradas, todas as feridas agora fechadas... Essas, já não doem mais.

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