MACRAMÊ

Estou segura e presa por nós.
Suspensa como samambaia que se equilibra em cordas de macramê.
Uma vez encontrei num sebo, um livro que ensinava a fazer nós. Fiquei fascinada e acabei comprando o livro, acreditando que seria uma experiência única aprender a arte de dar nós. Quem sabe fosse um desejo inconsciente. Talvez, aprendendo a fazer nós, eu soubesse como desatar os meus.
Nunca li o tal livro.
Pode ser que minha vontade de aprender a atar e desatar nós, não seja tão grande assim. Pode ser... Não sei ao certo... Aliás, não sei nada. Nada de nada. Nada de nós, nada de mim. Apenas espero. Eu nem sequer me mexo. Agora sou eu a samambaia. Cansada demais para querer outra coisa. Apreciando o macramê que me embala. É muito mais fácil me deixar levar presa por todos esses nós. Portanto espero, apesar de saber que esperar pode ser mais um nó. Apesar de saber que um macramê, dependendo da corda, da intensidade do nó, do tipo de nó, pode levar uma eternidade para se desfazer.

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Tania Salgueiro 2017- Todos os Direitos Reservados

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