MACRAMÊ
Estou segura e presa por nós.
Suspensa como samambaia que se
equilibra em cordas de macramê.
Uma vez encontrei num sebo, um livro
que ensinava a fazer nós. Fiquei fascinada e acabei comprando o livro,
acreditando que seria uma experiência única aprender a arte de dar nós. Quem
sabe fosse um desejo inconsciente. Talvez, aprendendo a fazer nós, eu soubesse
como desatar os meus.
Nunca li o tal livro.
Pode ser que minha vontade de
aprender a atar e desatar nós, não seja tão grande assim. Pode ser... Não sei
ao certo... Aliás, não sei nada. Nada de nada. Nada de nós, nada de mim. Apenas
espero. Eu nem sequer me mexo. Agora sou eu a samambaia. Cansada demais para
querer outra coisa. Apreciando o macramê que me embala. É muito mais fácil me
deixar levar presa por todos esses nós. Portanto espero, apesar de saber que
esperar pode ser mais um nó. Apesar de saber que um macramê, dependendo da
corda, da intensidade do nó, do tipo de nó, pode levar uma eternidade para se
desfazer.
domingo, março 17, 2013
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